terça-feira, 25 de setembro de 2012

Mensagem de um Exu Tata Caveira!


“Eu era um desses homens de preto, que usava chapéu e ia rezar para quem estivesse desencarnando, com meu livro ‘embaixo do sovaco’. Em casas ricas recebia quadros, ouro, cavalos, carroças carregadas de milho, feijão e arroz. Nas casas pobres, recebia o que tinha - uma galinha, meia dúzia de ovos, o único pão, a última carne que tinha na casa do filho - em nome de um papel que eu carregava, numa época em que só valiam as riquezas, o quanto se pudesse carregar. Por isso, quando desencarnei, fui parar no portão do cemitério, para receber quem ter e quem não tem, quem se cobre com jornal ou com o maior dos tesouros.

Eu sei o valor da pedra que vocês chutam e também do carvão lapidado no dedo e no pescoço de uma bela dama.

Respeitem os Exus, porque eles vivem suas alegrias e choram suas tristezas. Somos nós que esperamos vocês na concepção e no desencarne. Estar incorporado é deixar o espírito ir e vir e deixar o espírito caminhar dentro de você. Nós vemos o mundo através de vocês, através das limitações de vocês, porque a nossa visão é mais ampla, vai além do que vocês podem ver. Nós preferimos incorporar aqui do que soltar os gritos na imensidão. Nós, espíritos de luz, nos limitamos aos corpos de vocês, porque é melhor fazer 50 filhos nos ouvirem de cada vez do que virar uma nação inteira do avesso.

As vezes vocês ficam ouvindo aquelas vozes no ouvido dizendo o que fazer, de certo e errado, e você pensa que são um anjo e um diabinho. A voz que te fala coisas corretas somos nós e o demônio, são vocês mesmos.

Sou eu quem estou no portão do cemitério recebendo quem passa encarnado e diz ´Saravá`, quem passa desencarnado ainda com lágrima nos olhos e quem passa com lágrima nos olhos para se despedir de quem ama."



Disse ainda que, quando desencarnarmos, terá o maior prazer em receberr-nos e levar-nos a quem de direito, mas terá o prazer maior ainda em levar-nos para o seu reino, para aprendermos e depois voltarmos para essa terra.*(comentário da Cambone Mariana Meister)


Um relato de Sr. Exu Tata Caveira na Gira de desenvolvimento - Dia 02 de novembro de 2008 Site do Terreiro do Pai Maneco em Curitiba - PR

Velas e o seu poder


A vela é, com certeza, um dos símbolos mais representativos da Umbanda. Ela está presente no Congá, nos Pontos Riscados, nas oferendas e em quase todos os trabalhos de magia.

A vela desperta nas pessoas que acreditam em sua força mágica, uma forte sensação de poder. Ela funciona como uma alavanca psíquica, despertando os poderes extra-sensoriais em estado latente.

Muitos umbandistas acendem velas para seus Guias de forma automática, num ritual mecânico, sem nenhuma concentração. É preciso muita concentração e respeito ao acender uma vela, pois a energia emitida pela mente do médium irá englobar a energia do fogo e, juntas, irão vibrar no espaço cósmico, para atender a razão da queima dessa vela.

Se uma pessoa evoca suas forças mentais, com a ajuda da magia das velas, no sentido de ajudar alguém, irá receber em troca uma energia positiva; mas, se inverter o fluxo das energias psíquicas, utilizando-as para prejudicar qualquer pessoa, o retorno será infalível e as energias de retorno serão sempre mais fortes, pois voltam acrescidas da energia de quem as recebeu.

Ao acender velas para as almas, para o anjo-da-guarda, para os pretos-velhos, caboclos, para a firmeza de pontos, Congá, para um santo de sua preferência ou como oferenda aos Orixás, é importante que o umbandista saiba que a vela é muito mais para quem acende do que para quem está sendo acesa, tendo a mesma conotação do provérbio popular que diz: "A mão de quem dá uma flor, fica mais perfumada do que a de quem a recebe."

Não é conveniente, ao encontrar uma vela acesa no portão do cemitério, nas encruzilhadas, embaixo de uma árvore, ao lado de uma oferenda, apagá-la por brincadeira ou por outra razão. Devemos respeitar a fé das pessoas. Quem assim o cometer, deve ter em mente que poderá acarretar sérios problemas (desequilíbrio), de ordem espiritual, com sua atitude.

VELAS QUEBRADAS OU USADAS

Nos trabalhos de Umbanda existe uma grande preocupação com o uso de velas virgens ou que não estejam quebradas. A princípio pensei tratar-se de mera superstição, mas depois compreendi que a vela virgem estava isenta da magnetização de uma vela usada anteriormente, evitando assim um choque de energias, que geralmente anula o efeito do trabalho de magia. Somente no caso da vela quebrada encontrei um componente supersticioso: psicologicamente a pessoa acredita que um trabalho perfeito precisa de instrumentos perfeitos.


FÓSFORO OU ISQUEIRO

Em muitos Terreiros existe uma recomendação para só se acenderem velas com palitos de fósforos, evitando acendê-las com isqueiro ou em outra vela acesa.

Normalmente os Terreiros fazem uso de pólvora, chamada de fundanga, nos trabalhos de descarrego. O enxofre que a pólvora contém também está presente nos palitos de fósforo. Ao entrar em combustão, a chama repentina, dentro de um ambiente místico, provoca uma reação psicológica muito eficiente, além de alterar momentaneamente a atmosfera ao seu redor, devido à sua composição química em contato com o ar. A mente do médium capta essas vibrações que funcionam como um comando mental, autorizando-a a aumentar seu próprio campo vibratório, promovendo, desta forma, uma limpeza psíquica no ambiente. Não é a pólvora que faz a limpeza, mas a mente do médium, se ele conseguir ativá-la para este fim.


VELA DE SETE DIAS

Na Umbanda alguns médiuns ficam em dúvida sobre se a vela de sete dias tem a mesma eficiência de sete velas normais. Sabemos, de acordo com a Psicologia, que um comportamento pode ser modificado através do reforço. No fato de se acender uma vela, isoladamente, não há nenhum tipo de reforço que se baseie na repetição. Assim, ao acender uma vela durante sete dias, as pessoas são reforçadas diariamente em sua fé, e, repetindo os pedidos, dentro desse ritual de magia, ficam realmente com maiores probabilidades de despertar a própria mente e alcançar os seus propósitos. Na prática, constatamos que dificilmente uma vela de sete dias queima durante todo esse tempo.

Lembretes:

Não recomendamos, aos Umbandistas, fazerem velas com restos de outras velas.

Os restos de velas estão impregnados das energias mentais de quem as acendeu. Aproveitar esses restos é o mesmo que querer aproveitar os restos dessas energias; como não sabemos com qual intenção as velas foram acesas, haverá fatalmente um choque entre diversas energias.

Se precisar apagar a vela que esteja sendo usada ritualisticamente, JAMAIS o faça soprando a vela.  Velas de ritual só podem ser apagadas com abafador ou com os dedos, jamais sopre essas velas.

Amados Irmãos de Umbanda, chegaremos em um momento na Umbanda, em que o Homem deverá estar plenamente consciente de que sua força mental é a sua grande aliada e nunca a sua inimiga. Deverá libertar-se gradativamente dos valores exteriores criados por sua mente e valorizar-se mais. Seu grande desafio é superar a si mesmo. Em vez de acender uma vela, deverá acender sua chama interior e tornar-se um iluminado, e, com o brilho dessa chama sagrada, mostrar o caminho aos seus irmãos.


Livro A Umbanda do III Milênio – Túlio Alves Ferreira – Editora Pensamento Ione Aires Yananda. Alguns trechos foram retirados da Internet, mas não continham a devida autoria.

Prece rápida para acalmar seu amor!

Quando o seu amor estiver nervoso ou você perceber que alguma briga está para acontecer, diga: “Santo Antônio reza a missa; São João, São Pedro benzem o altar; acalmai o anjo da guarda de (diga o nome da pessoa)”. Repita 3 vezes com muita fé.

Simpatia para fazer família feliz!

Em 1 papel branco sem pauta, escreva o nome completo de todas as pessoas da sua família. Dobre em 4 partes e coloque em 1 copo virgem com um pouco de mel e 3 galhinhos de arruda. Encha o copo com água, cubra com 1 pires e deixe em um local onde ninguém veja. Durante 3 dias, pela manhã, reze 1 Pai-Nosso e 3 Ave-Marias, oferecendo ao seu anjo da guarda. Passado esse tempo, jogue a água na pia e os restos no lixo. Reutilize o copo e o pires como de costume, depois de bem lavados.

Banho de descarrego

Espada-de-São Jorge,
Erva-de-Santa Bárbara, 
Palma de-Santa-Rita 
Alecrim. Coloque todas estas folhas, de 3 a nove, em dois litros de água, depois de fervida e retirada do fogo, deixando, todavia que a água baixe a fervura; deixe em infusão por uma hora e depois tome este banho do pescoço para baixo.

Banho para afastar a negatividade


Ponha 3 litros de água para ferver e coloque, depois de fervida, folhas de mangueira, espinho cheiroso e folhas de aroeira, deixando o máximo possível em infusão e mentalize tudo de bom ao tomar o banho. Coloque as folhas e os espinhos perto de uma árvore, pedindo para os gnomos e para a mãe Terra levarem de você todo o mal.

Ossãe


É fundamental sua importância, porque detém o reino e poder das plantas e folhas, imprescindíveis nos rituais e obrigações de cabeça e assentamento de todos os Orixás através dos banhos feitos de ervas. Como as folhas estão relacionadas com a cura, Ossãe também está vinculado à medicina, por guardar escondida na sua floresta a magia da cura para todas as doenças dos homens, contida nas virtudes de todas as folhas. A cura é invocada no caso de doença, com o auxílio de Obaluaiê.
Divindade Masculina, do ar livre, que governa toda a floresta, juntamente com Oxossi, dono do mistério das folhas e seu emprego medicinal ou sua utilização mágica. Dono do axé (força , poder , fundamento , vitalidade e segurança ) existentes nas folhas e nas ervas , ele não se aventura nos locais onde o homem cultivou a terra e construiu casas , evitando os lugares onde a mão do homem poluiu a natureza com o seu domínio .
É bastante cultuado no Brasil, sendo conhecido por diversos nomes, Ossonhe, Ossãe e Ossanha, a forma mais popular. Por causa do som final da palavra, é freqüentemente confundido com uma figura feminina.
É o Orixá da cor verde, do contato mais íntimo e misterioso com a natureza. Seu domínio estende-se ao reino vegetal, às plantas, mais especificamente às folhas, onde corre o sumo. Por tradição, não são consideradas adequadas pelo Candomblé mais conservador, as folhas cultivadas em jardins ou estufas, mas as das plantas selvagens, que crescem livremente sem a intervenção do homem. Não é um Orixá da civilização no sentido do desenvolvimento da agricultura, sendo como Oxossi, uma figura que encontra suas origens na pré-história.
As áreas consagradas a Ossãe nos grandes Candomblés, não são jardins cultivados de maneira tradicional, mas sim os pequenos recantos, onde só os sacerdotes (mão de ofá) podem entrar, nos quais as plantas crescem da maneira mais selvagem possível. Graças a esse domínio, Ossãe é figura de extrema significação, pois praticamente todos os rituais importantes utilizam, de uma maneira ou de outra, o sangue escuro que vem dos vegetais, seja em forma de folhas ou infusões para uso externo ou de bebida ritualística.
Quando os Zeladores(as) de Santo, penetram no reino de Ossãe para fazerem as colheitas das ervas sagradas para os banhos e defumações, devem antes pedir a Ossãe permissão para tal tarefa, pois se não o fizerem, com certeza todas as folhas que retirarem de seu Reino, não terão os Axés e Magias que teriam se pedissem a sua permissão, e até dependendo do caso como alguns entram em seu Reino zombando e sem firmeza de cabeça, suas ervas poderão agir ao contrario, causando muitos distúrbios naqueles que zombarem de seu Reino e faltarem com o devido respeito ao seu domínio. Junto á planta cortada, deixa-se sempre a oferenda de algumas moedinhas e um pedaço de fumo-de-corda com mel, assim assegurando que a vibração básica da folha permaneça, mesmo depois de ela ter sido afastada da planta e, portanto do solo que a vitalizava.
As folhas e ervas de Ossãe, depois de colhidas são esfregadas, espremidas e trituradas com as mãos, e não com pilão ou outro instrumento. Cumpre quebrá-las vivas entre os dedos.
Seja filho de Oxalá ou de Nanã, ou de qualquer outro Orixá, uma pessoa sempre tem de invocar a participação de Ossãe ao utilizar uma planta para fins ritualísticos, pois, a capacidade de retirar delas sua força energética básica, continua sendo segredo de Ossãe. Por isso não basta possuir a planta exigida como ingrediente de um prato a ser oferecido ao Orixá, ou de qualquer outra forma de trabalho mágico.
A Colheita das folhas já é completamente ritualizada, não se admitindo uma folha colhida de maneira aleatória. Para que um iniciado possa recolher as ervas necessárias ao culto a ser realizado, deve-se abster de qualquer bebida alcoólica e de relações sexuais na noite que precede a colheita. As folhas devem ser colhidas na floresta virgem, sempre que possível. Antes de penetrar na mata, o iniciado deve pedir licença a Oxossi e a Ossãe, para isso acender vela na entrada, com o cuidado de limpar a área onde ficarão as velas.
Toda vez que queimamos uma floresta, desmatamos, cortamos árvores, ou simplesmente arrancamos folhas desnecessariamente, estamos violando a natureza, ofendendo seriamente essa força natural que denominamos Ossãe.
E é por este motivo que devemos respeitar nossas florestas, bosques, matas, enfim todo espaço em que tenha uma planta, mesmo sabendo que Ossãe habita as florestas e matas fechadas mas toda planta leva em sua essência o Axé deste Orixá da cura.
Ossãe tem uma aura de mistério em torno de si e a sua especialidade, apesar de muito importante, não faz parte das atividades cotidianas, constituindo-se mais numa técnica, um ramo do conhecimento que é empregado quando necessário o uso ritualístico das plantas para qualquer cerimônia litúrgica, como forma condutora da busca do equilíbrio energético, de contato do homem com a divindade.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Salve a Todos os orixás!


Que a tenacidade de Ogum nos inspire a viver com determinação, sem que nos intimidemos com pedras, espinhos e trevas. Sua espada e sua lança desobstruam nossos caminhos e seu escudo nos defenda.
 Ogum yê!


Que o labor de Oxossi nos estimule a conquistar sucesso e fartura à custa de nosso próprio esforço. Que suas flechas caiam à nossa frente, às nossas costas, à nossa direita e à nossa esquerda, cercando-nos para que nenhum mal nos atinja.
Okê Oxossi!


Que Oxum nos dê a serenidade para agir de forma consciente e equilibrada. Tal como suas águas doces – que seguem desbravadoras no curso de um rio, entrecortando pedras e se precipitando numa cachoeira, sem parar nem ter como voltar atrás, apenas seguindo para encontrar o mar – assim seja que nós possamos lutar por um objetivo sem arrependimentos.
Ora yeyêo Oxum! 


Que os raios de Iansã iluminem nossos caminhos e o turbilhão de seus ventos leve para longe aqueles que de nós que se aproximam com o intuito de se aproveitarem de nossos fraquezas.
Êpa hey Iansã!


Que as pedreiras de Xangô sejam a consolidação da lei divina em nosso coração. Seu machado pese sobre nossas cabeças agindo na consciência e sua balança nos incuta o bom senso.
Kaô kabecilê Xangô! 


Que as ondas de Yemanjá nos descarreguem, levando para as profundezas do mar sagrado as aflições do dia-a-dia, dando-nos a oportunidade de sepultar definitivamente aquilo que nos causa dor e que seu seio materno nos acolha e nos console.
Odoyá Yemanjá! 


Que Obaluaê traga não só a cura de nossas mazelas corporais como também ajude nosso espírito a se despojar das vicissitudes.
Atotô Obaluaê! 


Que a sabedoria de Nanã nos dê outra perspectiva de vida, mostrando que cada nova existência que temos, seja aqui na terra ou em outros mundos, gera a bagagem que nos dá meios para atingir a evolução, e não uma forma de punição sem fim como julgam os insensatos.
Saluba Nanã!


Que a paz de Oxalá renove nossas esperanças de que, depois de erros e acertos; tristezas e alegrias; derrotas e vitórias; chegaremos ao nosso objetivo mais nobre; aos pés de Zambi maior!
Êpa babá Oxalá!

 Saravá aos Orixás!
( Autor Desconhecido )

Oxumaré!


         
         Oxumaré é o Orixá que rege sobre a sexualidade e seu campo preferencial de atuação é o da renovação dos seres, em todos os aspectos. 

Oxumaré é um dos orixás mais conhecidos, e no entanto é o mais desconhecido dos orixás dentro da Umbanda, pois os médiuns só cultuam a orixá Oxum, que na linha do Amor ou da Concepção forma com ele a segunda linha de Umbanda.

O aspecto positivo de Oxumaré, que nos chega através das lendas dos orixás, é que ele simboliza a renovação. Isto é verdadeiro. E o aspecto mais negativo é que ele é andrógino, ou parte macho e parte fêmea. Mas isto não é verdade.

É inadmissível que uma divindade planetária tenha essas qualidades bissexuais, que só acontecem em seres com disfunções genéticas que provocam má formação, ou dupla formação dos órgãos sexuais, e em seres com desequilíbrios emocionais ou conscienciais que fazem com que, psiquicamente, eles troquem seus sinais mentais e invertam sua sexualidade.

Portanto, não tem sustentação alguns médiuns, com seus sinais sexuais trocados, alegarem que são homossexuais porque são filhos de Oxumaré e que ele é um orixá que por seis meses é macho e por seis meses é fêmea.

Seres humanos com má-formações emocionais, mentais, genéticas ou conscienciais, no afã de se justificarem, passam às divindades suas vicissitudes humanas e não atentam para um detalhe fundamental: com seus desequilíbrios, estão desfigurando divindades planetárias que existem no mundo desde que Deus o criou, que são imutáveis em sua natureza, seja ela  masculina ou feminina, e que regem alguns sentidos dos seres humanos, mas também regem outras dimensões planetárias paralelas à dimensão humana da vida.

Logo, desumanizaram uma divindade que humanizou algumas de suas qualidades, atributos e atribuições somente para acelerar nossa evolução e nos conduzir pelo caminho reto.

Bastará um pouco de bom senso para detectar, nesta caracterização negativa de Oxumaré, uma justificativa de seres com desequilíbrios emocionais, mentais, conscienciais ou genéticos, já que uma divindade é de natureza positiva ou negativa, ativa ou passiva e masculina ou feminina, mas nunca possui as duas em si mesma.

Logo, que cultue um Oxumaré andrógino aquele que é desprovido do bom senso, certo?

“Quem não souber valorizar a religiosidade que o libertará da terra, então que pague caro pela religiosidade que o aprisionará num diletantismo materialista!”

Saibam que é isto que tem feito, e muito bem, este nosso irmão cósmico encarnado que, após ser afastado da Umbanda, criou todo um culto cuja doutrina, ao invés de pregar os valores maiores de Jesus Cristo, tem pregado, religiosamente, os seus próprios valores da “mais valia”. E também tem cobrado de seus fiéis seguidores o justo preço que ele estipulou: tudo o que puder tirar deles para usar em seu próprio benefício, ou de sua “igreja”. Que pague para cultuar Deus quem não aprendeu a amá-Lo e adorá-Lo de graça! Certo?

Oxumaré, tal como revela a lenda dos orixás , é a renovação contínua, mas em todos os aspectos e em todos os sentidos da vida de um ser. Sua identificação com Dá, a Serpente do Arco-íris, não aconteceu por acaso, pois Oxumaré irradia as sete cores que caracterizam as sete irradiações divinas que dão origem às Sete Linhas de Umbanda. E ele atua nas sete irradiações como elemento renovador.

Oxumaré é a renovação do Amor na vida das pessoas. E onde o amor cedeu lugar à paixão, ou foi substituído pelo ciúme, então cessa a irradiação de Oxum e inicia-se a dele, que é diluidora tanto da paixão como do ciúme. Ele dilui a religiosidade já estabelecida na mente de um ser e o conduz, emocionalmente, a outra religião, cuja doutrina o auxiliará a evoluir no caminho reto.
 
Ou não é comum os testemunhos dados pelos neo-convictos no púlpito dos pastores mercantilistas, que dizem quase todos isto:

        “Irmãos, quando eu freqüentava a Umbanda, eu fornicava, traía minha esposa e irmãos, gastava meu ordenado no jogo e nas bebidas, mentia, mas desde que me converti e me entreguei a Jesus, tudo em minha vida mudou. Hoje vivo para minha esposa e filhos, e para Jesus!”. 

Sem dúvida, concordamos nós. Mas... porque o mesmo irmão não ouviu os conselhos recebidos nos centros de Umbanda, que, se seguidos corretamente, o teriam conduzido pelo caminho reto?

Não, ele não só não deu ouvidos às orientações dos guias e dos pais e mães espirituais, como deu vazão ao seu emocional e deu início ao mau uso do que aprendia dentro de uma religião magística por excelência, quando solicitava aos Exús que fechassem os caminhos de seus desafetos em todos os campos da vida, além de pedir outras coisas, tais como: mulher, dinheiro, posses, etc.

E ele não diz que nasceu numa família católica e cristã, mas porque era um relapso para as coisas da fé, foi até a Umbanda para ver se nela se emendava.

Como não conseguiu, logo acabou retomando ao reformatório religioso de Jesus Cristo. Pois é isto o que são as igrejas evangélicas: reformatórios religiosos onde nosso amado mestre Jesus recolhe os que nasceram sob sua irradiação luminosa mas não souberam captá-la da forma passiva como ela é passada pela Igreja Católica. Ele, que é bondade, amor e misericórdia, os conduz às divindades naturais (que são os orixás), os conduz ao espiritismo e a muitas outras doutrinas para ver se encontram uma onde suas  naturezas ativas absorvam irradiações luminosas. Mas, quando vê que eles não se adaptam em nenhuma delas, ativa seu pólo cósmico, e um de seus aspectos negativos logo os arrasta para um de seus reformatórios religiosos, para que eles voltem a trilhar o caminho reto. E se o aspecto negativo ativado não conseguir reconduzi-los ainda na carne, não desistirá, mesmo depois de desencarnar.


Renovação, eis a palavra chave que bem define o divino Oxumaré que, em seu aspecto negativo, tem um mistério escuro chamado por nós de “Sete Cobras” ou “Sete Caminhos Tortuosos”, que é por onde transitam todos os seres que saíram do caminho reto e entraram nos desvios da vida, que sempre conduzem aos caminhos da morte.

Bem, já falamos sobre vários aspectos do nosso pai Oxumaré e de nossa amada mãe Oxum, que formam um par energético, magnético, vibratório que dá formação à segunda linha de Umbanda, que é a linha do Amor ou da Concepção. Como dissemos, se nos estendêssemos daria um volumoso livro. Por isso encerramos aqui nosso comentário. 
Texto extraído do livro “O Código de Umbanda”, de Rubens Saraceni.

Banho para obter fartura!

4 litros de água mineral
6 paus de canela pequenos
1 colher de chá de noz moscada ralada
6 folhas de louro
1 colher de sopa de erva-doce ou funcho
6 moedas douradas ou uma peça de ouro
Pétalas de rosa amarela
Num dia de lua cheia, ferva a água e acrescente os demais ingredientes, exceto as pétalas da rosa amarela. Coe. Guarde as peças de ouro e as moedas. Deixe esfriar e antes de utilizá-lo, acrescente as pétalas de rosa. Tome o seu banho habitual e utilize a mistura derramando-a generosamente da cabeça aos pés. Cubra a cabeça com uma toalha e vista-se sem enxugar-se, ou coloque um roupão.

Dicionario da Umbanda!

Letra A
ABAÇÁ – Templo, tenda, terreiro de Umbanda
ABACÊ – Cozinheira que prepara as comidas de Santo, no culto Gegê
ABADÁ – É o nome dado a uma túnica larga e de mangas compridas, usada nos terreiros pelos homens.
ABALÁ – Comida muito semelhante ao acarajé.
ABAÔ – Quer dizer um iniciando do sexo masculino, desenvolvendo-se mediunicamente no terreiro de Umbanda
ABARÁ – Comida dos pretos africanos como seja bolo de feijão, que vem enrolando em folha de bananeira.
ABEDÊ – É o leque de Oxum, quando feito de latão.
ABÔ dos AXÉS – Água contendo ervas maceradas, não cozidas, e sangue de animas sacrificados no terreiro.
ABRIR A GIRA – Significa o início ou abertura dos trabalhos nos terreiros de Umbanda.
ABROQUE – É um manto usando somente pelas mulheres durante uma sessão.
ACAÇÁ – Comida originária da África, com aparência de bolo de angu de arroz.
ACARAJÉ – Comida de santo feita na base de feijão fradinho com pimenta malagueta e outros temperos. Comida de Iansã.
ACENDE CANDEIA – Planta muito utilizada para banos conhecida também como Candeia-Mucerengue
ACHOCHÔ – Nome dado à uma comida de Oxossi
ADARRUM – É o toque feito seguidamente pelos atabaques quando da invocação dos protetores para incorporarem nos mediuns.
ADEJÁ – É uma campainha (sino) usada nas cerimônias de terreiro.
AGÔ – Significa pedir licença ou permissão, em outros momentos em que este termo traduz perdão e proteção pelo que se está fazendo.
AGURÊ – Toque em ritmo muito lento para chamar Iansã
AIA – Toalha branca para uso em terreiro
AIOCÁ – Referente a Iemanjá e ao fundo do mar. Ver AIUKÁ.
AIUKÁ – Fundo do mar. Também se diz os domínios de Iemanjá (Rainha do Aiuká).
AJUCÁ – É a festa da Cabocla Jurema entre os capangueiros. Nessa festa há defumações no terreiro, bebidas e comidas, tudo com a finalidade de duplicar a proteção no terreiro e gerar mais fartura nas casas dos filhos de fé.
ALDEIA – Povoado de índios. Tratando-se de terreiros, esta palavra quer dizer a moradia dos espíritos de caboclos na Aruanda.
ALGUIDAR – Bacia de barro usada para entregas, ascender velas, deposito de banhos, entrega de comidas e defumação.
AMACI – Líquido preparado com o suco de diversas plantas, não cozidas, e que tem muita aplicação na firmeza de cabeça dos médiuns. O principal banho para a o ritual da “lavagem de cabeça”.
AMACI-NI-ORY – Cerimonia da lavagem (feitura) de cabeça dos mediuns (ritual equivalente a raspagem de cabeça no Candomblé).
AMALÁ – Comida de Santo. Também se denomina a todo ritual que o umbandista ao manipular alimento deve dispensar atenção, amor e especial carinho, fazendo por completo a Homenagem ao Orixá.
AMOLOCÔ – Comida de Oxum.
AMPARO – Chicote sagrado usado especialmente para afastar espíritos atrasados e maléficos.
ANGOMBA – É a designação para um segundo atabaque.
APARELHO. Médium
ARAUANÃ – Dança ritual africanista para quebrar demandas e trazer alegrias.
ARIAXÉ – Banho preparado com ervas e folhas. Esse banho consta mais de 21 diferentes espécies de vegetais. Preparado somente pelo próprio chefe de terreiro.
ARIMBÁ – Pote de barro para guardar o azeite-de-dendê
ARIPÓ – Panela muito semelhante ao alguidar de barro
ARUANDA – Céu, Nirvana ou Firmamento significam a mesma coisa, isto é, a moradia daquele que é Criador de todos os mundos e de todas as coisas. Plano Espiritual Elevado.
ARUÊ – Espírito desencarnado
ASSENTAMENTO DE ORIXÁ – E o lugar no pegi onde é colocada a representação de Orixá, ou do seu fetiche, ponto riscado, etc.
ASSENTO – Termo utilizado para um local preparado para um Orixá ou Exu. Santuário exclusivo.
AXÉ – É a força mágica do terreiro representada pelo segredo composto de diversos objetos pertencentes as linhas e falanges. Força bendita e divina.
AXEXÊ – Cerimônia funebre iorubana. Semelhança com a missa de 7º dia católica.
AXOGUM – Nome dado ao encarregado de sacrificar animas quando não é feito pelo Chefe do Terreiro. Muito comum nos cultos de candomblé nagô.
AZÊ – Capuz de palha. Ornamento da roupa de Omulu
AZEITE-DE-DENDÊ – Óleo bahiano extraíado do dendezeiro, sendo muito utilizado na culinária dos Orixás.

Letra B

BABALAÔ – Pai-de-Santo. Chefe de terreiro. (masculino)
BABUGEM – Restos de comidas e bebidas que sobram no terreiro. Estes restos devem ser jogados sobre o telhado do terreiro ou despachado em alguidares, dependendo do ritual.
BACURO DE PEMBA – Filho de Santo.
BAIXAR – Termo que quer dizer incorporação das Entidades/Orixás nos médiuns. Esse termo designia que toda entidade que vem do Céu, ou seja, de Aruanda, baixe do céu para a Terra.
BALANGANDÃ – Enfeites e ornamentos. Podem também ser amuletos.
BALÊ – Casa dos Espíritos mortos (desencarnados)
BANDA – Termo utilizado para dizer em qual linhagem está ligado a Entidade.
BARRACÃO – Local de ritual, terreno, o terreiro fisicamente propriamente dito. O lugar principal do terreiro.
BASTÃO-DE-OGUM – Espécie vegetal de espada-de-São-Jorge.
BATER-CABEÇA – Ritual que quer dizer cumprimentar respeitosamente e humildemente. Consiste em abaixar-se aos pés do congar(altar) ou a uma Entidade Espiritual e tocar sua cabeça ao chão, aos seus pés. Representa respeito e humildade.
BATER PARA O SANTO – ato de percutir os atabaques usando o ritmo especial de determinado orixá.
BEJA – Cerveja branca.
BENTINHOS – Escapulário que traz pendurado no pescoço e contém orações, rezas e figuras de santos. Patuá.
BETULÉ – Machado feito de pedra e de bambú para designação de Xangô.
BILONGO – Amuleto muito usado por caçadores para proteção
BOLAR NO SANTO – início incompleto de transe que ocorre com os médiuns não preparados.
BOMBO-GIRA – O mesmo que exu Pomba-Gira. Denominação de Pomba-Gira em Congo.
BORÍ – ato pelo qual filho de santo oferece sua cabeça ao orixá. Termo usado também cujo significado é cabeça.
BOTAR NA MESA – Quando um médium atente particularmente um consulente e através de um oracúlo (principalmente as cartas) procede a consulta e a orientação espiritual.

Letra C

CABAÇA – Vaso feito do fruto maduro do cabaceiro depois de esvaziado o miolo. Utilizado também como moringa de bebida (água).
CABAIA – Assim é denominado uma túnica de mangas largas utilizada por médiuns e/ou cambones.
CABEÇA-FEITA – Denominação do médium desenvolvido e que já foi cruzado no terreiro, tendo já definido seu Orixá de cabeça. Médium que já passou pelo ritual do amaci.
CAIR NO SANTO – Transe mediúnico de quem ainda não está preparado para incorporar.
CALUNGA – Cemitério
CALUNGA GRANDE – Oceano, mar.
CAMBONO ou CAMBONE – Auxiliar de Médiuns de Incorporação e o Servidor dos Orixás. O cambone é o médium que teve o necessário desenvolvimento para poder auxiliar e entender os Guias nas necessidades das sessões. Auxiliar de culto.
CAMOLETE – Lenço branco de tamanho grande colocado na cabeça dos médiuns durante alguns rituais
CAMUCITÊ – Nome dado ao altar, congar ou pegi.
CANJIRA – Lugar onde são realizados algumas danças religiosas.
CANZUÁ ou CAZUÁ de QUIMBÉ – Terreiro, casa, tenda espiritual.
CATERETÊ – Designação de um ritual do Estado do Maranhão
CATULÁ – Termo usado em sessão que significa anular um trabalho maléfico.
CAVALO – Médium dos Guias de Umbanda.
CENTRO – terreiro, tenda de Umbanda, cazuá.
CHEFE DE CABEÇA – É um dos nomes como é designado o Guia-Chefe do médium de terreiro que tenha sido desenvolvido e cruzado no mesmo.
COISA FEITA – Quer dizer trabalho feito para levar o mal a alguém, despacho maléfico, feitiço, bruxaria.
CONGAR – Altar, pegi
CORPO FECHADO – Nenhum espírito maléfico pode incorporar no médium, ou nenhum espírito pode trazer o mal a pessoa que tem o corpo fechado.
CORREDOR DE GIRAS – Freqüentador que passa por vários terreiros, sem ter firmado compromisso espiritual com nenhum deles.
CREDO-EM-CRUZ – Interjeição que traduz espanto, admiração e repulsa.
CURIAU – Comida de Santo, despacho.
CURIMBA – Conjunto de instrumentos musicais do terreiro. Os instrumentos que compõe uma curimba pode ser atabaques, tambor, agogôs, chocalhos, berimbau, violões, etc. 
Curimba é a orquestra de um terreiro.

Letra D

DANDÁ – Vegetal, espécie de capim, que exsuda um odor, muito usado em trabalhos, como banho e defumações em ritual de Umbanda.
DANDALUNDA – Outro nome dado a Janaína, Iemanjá, ou Mãe Dandá.
DAR COMIDA AO SANTO – Quer dizer o oferecimento de alimentos aos orixás, seja como parte do ritual, como pagamento de algum favor recebido.
DECÁ – Bracelete ritual que o filho-de-santo recebe após sete anos de sua primeira saída da camarinha (Candomblé)
DESCIDA – quando as Entidades Espirituais vão incorporar no médium
DESMACHE – Espécie de muleta usada em alguns terreiros como instrumento de Xangô
DESMANCHAR TRABALHOS – É tornar livre uma pessoa dos efeitos de trabalho de enfeitiçamento, como também beneficiar alguém que tenha sido vítima de magia negra.
DESPACHAR – Entregar ao Orixá o que é do Orixá. Despachar também é um termo usado para tudo que é sagrado, seja comida de santo, seja qualquer objeto sacro seja entregue num local adequado a cada Orixá.
DESPACHO – Anular um trabalho, desmanchar trabalhos de magia negra.
DIA DE OBRIGAÇÃO – É o dia de sessão quando os médiuns e os consulentes observam certos atos do ritual umbandista e cumprem tudo quanto lhes é determinado pelos Guias.
DILONGA – Prato que representa uma das ferramentas, ou melhor, um dos utensílios de Ogum.
DOBALÊ – É assim chamada a saudação dos médiuns que possuem guias femininos.
DOLOGUM ou DILOGUM – Guia com 16 fios

Letra E

EBAME ou EBAMI – Filha de Santo com mais de 7 anos.
EBI – Serpente que é representada por um ferro retorcido, fazendo parte da ferramenta de Xangô, colocada junto com o machado.
EBIANGÔ – Planta muito usada pelos negros em amuletos e que é tida como portadora de virtudes mágicas, como por exemplo, afastar espíritos maléficos.
EBIRI – Símbolo de Oxumaré
EBÔ – Despacho. Presente para Exu. Oferta que se oferece em encruzilhadas ou em qualquer outro local.
EBÓ – Líquido com vários vegetais não fermentados, sendo preparado para diversos casos: Banhos, banhos para a cabeça, limpeza de ambiente, etc.. Cada ebó tem um preparo diferente para cada situação diferente. Antes de ser usado, é benzido (cruzado) por um Guia.
EBOMIM – Designação do médium feminino quando conta mais de 7 anos desenvolvimento.
EGUNGUN – Materialização de encarnados. Aparição. Evocação de Ancestrais e Espiritos Protetores.
EGUNS – Espíritos desencarnados. Almas.
EJILÉ – Pomba que é destinada ao sacrifício com a finalidade de ser empregada em algum trabalho.
EKEDI ou EQUÉDE – São as auxiliares femininas das Mães-Pequenas. Ekedis não incorporam, mas tem autoridade sobre as Entidades como uma Mãe Pequena.
ELEDÁ – Anjo da Guarda
ELEGBÁ – Espírito Maléfico
ENCANTADO – Ser que não morreu, foi arrebatada.
ENCOSTO – Espírito que consciente ou inconsciente, aproxima-se da pessoas vivas, prejudicando em diversos setores da sua vida (econômica, saúde, pessoal, familiar, amorosa).
ENCRUZAR – Ritual umbandista no início de um período ou sessão, consistindo em fazer uma cruz com a pemba na nuca, na palma da mão, na testa do médium e na sola do pé. Isso fecharia o corpo do médium e protegeria, fortificaria sua mediunidade e ajuda também a estabelecer uma ligação mais firme com os Guias Espirituais. No encruzamento dos médiuns é entonado um canto próprio para a ocasião
ENDÁ – Diz-se a coroa imaterial que acompanha o médium em desenvolvimento após a iniciação. Sinônimo de aura.
ERÊ – Espírito infantil. Criança
ERÓ – Segredos e Ensinamentos revelados aos médiuns no terreiro em seu desenvolvimento.
ERUEXIM – Rabo de cavalo, espécie de espanador usado por Iansã
ESPIRITISMO DE LINHA – Designação dada a Umbanda e as sessões no terreiro.
ESPIRITISMO DE MESA – Designação dada a Umbanda nas sessões de cura por médicos incorporados.
EXÊS – Partes dos animais sacrificados para serem oferecidos aos Orixás.

Letra F

FALANGE – Falange em Umbanda significa a subdivisão de Linhas onde cada falange é composta de um número incalculável de espíritos orientados por um Guia chefe da mesma.
FALANGEIRO – Chefe de falange. Guia Chefe.
FAZER MESA – Abrir a sessão, abrir a gira.
FAZER OSSÊ – Cerimonia semanal que consiste no oferecimento de alimento e/ou bebida preferida dos Orixás.
FECHAR A GIRA – Encerrar os trabalhos no terreiro.
FECHAR A TRONQUEIRA – Ato de defumar e cruzar o terreiro – os quatro cantos do terreiro – evitando que espíritos perturbadores ou zombeteiros atrapalhem o culto.
FEITO – É o médium masculino desenvolvido dentro do terreiro.
FEITO DE SANTO – Iniciação do desenvolvimento de um médium.
FEITA(O) NO SANTO – Médium que teve o cerimonial de firmeza de cabeça por haver completado seu desenvolvimento mediúnico.
FILHO DE FÉ – Denominação para adeptos da Umbanda
FILHO OU FILHA DE SANTO – Médium que se submeteu a doutrina e todo ritual.
FIRMAR A PORTEIRA – É a segurança para os trabalhos da sessão que será realizada. Esse trabalho pode ser simbolizado por um ponto riscado na tronqueira, uma vela acesa, conforme critério do terreiro.
FIRMAR O PONTO – Concentração coletiva que se consegue cantando um ponto puxado pelo Guia responsável pelos trabalhos. O Ponto Firmado pode ser apenas cantado como também riscado ou a combinação de ambos. Significa também quando o Guia dá seu ponto cantado e/ou riscado, como prova de identidade.

Letra G

GANZÁ – Instrumento musical.
GARRAFADA – Remédio preparado por Pai/Mae de Santo, o qual consiste numa maceração de vegetais em aguardente. A preparação dos ingredientes são puramente naturais.
GIRA – Corrente espiritual. Caminho.
GONGÁ – O mesmo que congar. Altar dos santos católicos e orixás africanos.
GUIA – conta de miçangas ou de cristal ou mesmo de porcelana, da cor especial do Orixá ou Entidade Espiritual que representa e identifica. Pode também significar o próprio orixá, quando se trata de um preto-velho, caboclo, bahiano, boiadeiro ou marinheiro.

Letra H

HALO – Luminosidade que envolve um espírito de grande elevação.
HOMEM DAS ENCRUZILHADAS – Exú
HUMULUCU – Comida Africana feita de feijão fradinho, azeite-de-dendê e diversos temperos. 
Também conhecida como Omolocum.

Letra I

IABÁ – Cozinheira que conhece e prepara as comidas dos Orixás. Cozinheira do culto.
IALORIXÁ – Designação dada a qualquer mãe-de-santo.
IAÔ – Médium feminino no primeiro grau de desenvolvimento do terreiro.
IJEXÁ – Ritual africano. Os adeptos do Ijexá temem os mortos e apressam-se em expulsá-los dos terreiros.
IORUBÁS – Negros africanos que falam a linguagem nagô.
IR PARA A RODA – Uma frase que traduz o desenvolvimento da mediunidade na corrente.
ITÁ DE XANGÔ – Pedra caída junto com o raio.

Letra J

JABONAN – Assim chamada a auxiliar da Babá.
JACULATÓRIA – Oração curta. Reza resumida e fervorosa.
JACUTÁ – Denominação de altar. Casa do santo.
JESUS – Oxalá
JIBONAN – Designação do fiscal de trabalhos do terreiro.
JUREMA – Uma das caboclas de Oxossi, chefe de falange. Local onde todos os caboclos ficam espiritualmente.

Letra K

KAÔ – Saudação de Xangô. Salve! Viva!
KARDECISMO – Um dos pontos básicos em que se fundamentam todas as teorias espiritualistas. Decodificação do Espiritismo por Alan Kardec, de onde originaria o nome Kardecismo.
KARMA – É a conseqüência de vidas passadas, as quais dirigem a presente e organizam as futuras encarnações.
KAURIS – Búzios, utilizados no jogo do delogum. Outrora também serviram de dinheiro na Africa.
KIBANDA ou KIMBANDA – No termo, significa KIM (gênio do mal) para BANDA (lado), ou seja, Kimbanda ou Kibanda significa o Lado do Mal. Também conhecido como culto de magia negra, neles trabalham exus-zombeteiros, espíritos vingativos, enfim todos os espíritos que não aceitam Doutrinação Divina e estão ainda ligados ao lado material.
KIUMBA – Espírito maléfico e obssessor. Espírito atrasado e sem nenhuma luz. 
Zombeteiro.

Letra L

LAÇAR O COBRERO – É assim chamada a oração que se escreve com tinta em volta do “cobrero” para fins curativos.
LÁGRIMAS DE NOSSA SENHORA – Além do capim e da miçanga, assim também são conhecidas as contas de semente dessa planta para confecção de terços, guias e outros objetos.
LANCATÉ DE VOVÔ – É o mesmo nome por que é conhecida a igreja Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador – Bahia.
LAVAGEM DE CABEÇA – A lavagem de cabeça é feita derramando-se o Amaci (banho preparado especialmente para essa cerimônia) sobre a cabeça do médium, enquanto se entoa um ponto de caboclo. A confirmação do Guia de Cabeça verifica-se após a lavagem de cabeça, quando o Guia incorpora e risca seu ponto em frente ao congar.
LINHA – União das falanges, sendo que cada um tem seu chefe.
LINHA BRANCA – Linha de Guias que não cruzam com a linha da esquerda.
LINHA CRUZADA – É quando se unem duas ou mais linhas com o fim de tornar mais forte um trabalho no terreiro. Normalmente esse cruzamento se dá com um guia da direita com um da esquerda.

Letra M

MACAIO – Coisa ruim e sem nenhum valor.
MACUMBA – Termo antigo que se denominava aos cultos dos escravos nas senzalas. Candomblé. Depois esse termo passou a ser vulgar e tornou-se como feitiço ou culto de feiticeiros.
MACUMBADO – enfeitiçado
MADRINHA – O mesmo que Mãe de Santo, Babá.
MÃE D´ÁGUA – Iemanjá.
MÃE de SANTO – Médium feminino chefe ou dirigente de terreiro, Madrinha, Babá.
MÃE PEQUENA – Médium feminina desenvolvida e que substitui a Mãe de Santo. Auxiliar das iniciandas (iaôs) durante o seu desenvolvimento mediúnico.
MALEME ou MALEIME – Pedido de socorro, de clemencia, de auxilo ou ajuda, de misericórdia. Podem vir em forma de canticos ou preces pedindo perdão.
MANIFESTAÇÃO – Quando o corpo do médium é tomado por um Guia. Conhecido também como transe mediúnico, incorporação.
MARAFA ou MARAFO – aguardente, cachaça.
MAU OLHADO – Quebranto, feitiço. Doença ou mal estar causado por um olhar mau, invejado.
MESA BRANCA – Trabalhos no terreiro quando há incorporação apenas de médicos e enfermeiras.
MEISINHA – Despacho, mandinga, trabalho.
MIRONGA – Feitiço, segredo, feitiço feito pelos Espiritos Nagôs.
MISTIFICAÇÃO – É o mais importante dos casos do falso espiritismo, pois constitui um recurso muito empregado por falsos médiuns, ou pessoas de má fé, com a finalidade de auferirem vantagens pecuniárias e aumentarem sua fama e sua vaidade.
MUCAMBA – O mesmo que cambone.
MUZAMBÊ – Forte, vigoroso.

Letra N

NAGÔ – Nome dado aos escravos originários do Sudão, na África. Considera-se nagô como a religião do antigo reino de Iorubá.
NIFÉ – Fé, crença na lingua iorubá
NOMINA – Oração que é guardada num saquinho e pendurada no pescoço como amuleto para proteção. 
Patuá.
NURIMBA – Bondade, amor e caridade.

Letra O

OBASSABÁ – O mesmo que abençoar, benzer.
OBASSALÉA – O mesmo que obassabá.
OBATALÁ – Céu. Abóbada celeste. Deus
OBRIGAÇÕES – Festas em homenagem aos Guias ou Orixás. São também as determinações feitas aos médiuns ou consulentes pelos Guias com o objetivo de auxilio ou como parte de um ritual do desenvolvimento mediúnico.
OBSEDIAR – Perseguir. Ação pela qual os espíritos perturbados que prejudicam as pessoas levando a situações econômicas difíceis, loucura, etc.
OBSSESSOR – Espírito pertubador ou zombeteiro que prejudica as pessoas.
ODÉ – Oxossi. Oxossi mais velho.
ODÔ, IÁ – Saudação de Iemanjá
OFÃ – Médium responsavel pela colheita e seleção das ervas nos rituais.
OGÃ – Auxiliar nas sessões do terreiro. Ogã pode ser um protetor de Terreiro ou como um Chefe das Curimbas. Ambos tem o mesmo grau hierarquico.
OIÁ – Outro nome conhecido por Iansã
OKÊ – Saudação aos Caboclos. Diz-se assim : Okê Caboclo! Okê Oxossi.
OLHO-DE-BOI – Semente de Tucumã, gozando de propriedades protetoras contra cargas negativas como feitiços, mau-olhado, inveja. Tem muitas utilidades no terreiro, desde patuás até guia (colar).
OLHO GRANDE – Mau Olhado, inveja, malefício, quebranto.
OLORUM – Deus Supremo.
OMOLOCÔ – Culto de origem angolense.
OPELÊ DE IFÁ – Rosário deito de pequenos búzios e que é utilizado para ler o futuro.
ORAÇÃO FORTE – Patuá que consiste em uma oração escrita em pequeno pedaço de papel, que a pessoa preserva em seu poder, quer guardado no bolso, ou dentro de um pano em forma de saquinho pendurado no pescoço a fim de proteger-se ou livrá-la de todos os males.
ORIXÁ – Divindades africanas que representam as forças do Universo Infinito. Espirito puro. Santo.
OTÁ – pedra ritual, elemento e objeto sagrado e secreto do culto.

Letra P

PADÊ – Despacho para Exú no início das sessões ou festas, constando alimentos, bebidas, velas, flores e outras oferendas, a fim de que os mesmos afastem as perturbações nas cerimonias.
PADRINHO – pai-de-santo, Chefe de Terreiro.
PAI-DE-SANTO – Zelador do Santo, Chefe de Gira, Chefe de Mesa, Chefe do Terreiro. Médium e conhecedor perfeito de todos os detalhes para o bom andamento de uma sessão.
PALINÓ – Cântico ou poema em louvor a Iemanjá
PÃO BENTO – Pão ázimo ou qualquer outro tipo de pão, ao qual se dota de forças mágicas. É utilizado em inúmeros trabalhos para diversas finalidades. Há trabalhos com pão e vela benta para se localizar num rio ou no mar o corpo de uma pessoa afogada, por exemplo.
PARAMENTO(s) – Roupas e objetos utilizados em cerimônias do ritual religioso.
PATUÁ – Amuleto que é colocado num saquitel (pedaço de pano costurado em forma de saquinho) e é pendurado no pescoço, ou se prende na roupa de uso.
PAXORÔ – Instrumento simbólico de Oxalá usado pelos pais-de-santo em trabalhos.
PEDRA-DE-RAIO – Meteorito, Fetiche de Xangô , itá
PEJI – altar, congar.
PEMBA – Espécie de giz em forma cônico-arredondada, em diversas cores, como sejam : branco, vermelho, amarelo, rosa, roxo, azul, marrom, verde e preto, servindo para riscar pontos e outras determinações ordenadas pelos Guias, sendo que conforme a cor trabalhada com pemba, pode se identificar a Linha a que pertence a Entidade, ou a Linha que trabalhará naquele ponto.
PIPOCA – comida de Omulu/Obaluaê. Grão de milho arrebentado na areia quente para ser utilizado em descarrego. Descarrego de Pipoca.
PIRIGUAIA – Variedade de búzio.
PONTOS CANTADOS – Os pontos cantados na Umbanda são preces e a invocação das falanges e Linhas, chamando-as ao convívio das reuniões e no auxilio dos que buscam caridade. Assim, como toda a religião tem seus canticos, a Umbanda usa seus pontos cantados, dos quais, não se deve abusar. Esses hinos representam e atraem forças das Falanges, para trabalhos de descarrego e desenvolvimento mediúnico. Pontos cantados não devem ser deturpados, ou modificados, para que sua força não se altere, uma vez alterado o efeito não será o mesmo, podendo até ser prejudicial.
PONTOS RISCADOS – São identificação dos Guias. Cada Guia e cada Orixá tem seu ponto riscado. Os pontos são riscados com pemba. Mas o ponto não se resume apenas a identificação de um guia, linha, falange ou Orixá; ele pode fechar o corpo de um médium, pois a escrita sagrada se utiliza de magia para que qualquer espírito perturbado não se aproxime.
PORTEIRA – Entrada de terreiro.

Letra Q

QUARÔ – Flor chamada Resedá possuidora de notáveis virtudes mágicas e grandemente empregada em banhos e defumações.
QUEBRANTO – Mau olhado, feitiço, coisa feita. Normalmente atinge mais crianças pagãs, mas pode atingir também crianças batizadas e adultos. O quebranto é cortado com benzimento.
QUEBRAR DEMANDA ou QUEBRAR AS FORÇAS – É anular, desmanchar o efeito de um trabalho para prejudicar ou perturbar uma pessoa.
QUEBRAR PRECEITO – Desrespeitar as regras e hábitos estabelecidos no ritual do desenvolvimento ou dos trabalhos.
QUEZILA, QUEZíLIA ou QUIZILA – Aversão, antipatia, repugnância, alergia a alguma coisa.
QUIUMBA – Espírito obsessor e pertubador. Zombeteiro.

Letra R

RAÚRA – Cambone. Auxiliar nos trabalhos do terreiro.
RECEBER O SANTO – incorporar. Entrar em estado de transe com o Guia ou Orixá
REDENTOR – Jesus Cristo
REINOS – Uma das divisões dos mundos espirituais. Domínios dos Orixás. Alguns exemplos : Juremá, Pedreiras, Fundo do Mar, Humaitá, etc
RESPONSO – Oração em latim para determinado santo para se conseguir uma graça.
ROÇA – terreiro, centro.

Letra S

SACUDIMENTO – Ato de realizar limpeza, lavagem e varredura do terreiro e/ou seus filhos. Descarrego.
SAÍDA de IAÔ – cerimônia de inciação do filho-de-santo no candomblé ou no culto Omolokô.
SANTERIA – nome da religião na América Latina. Religião irmã do Candomblé
SAL (GROSSO) – Empregado sob diversas modalidades nos terreiros, principalmente como banho de descarrego. Ou como descarrego do local com um copo de água e sal atras da porta.
SALUBÁ – Saudação de Nanã
SARAVÁ – Saudação umbandista que corresponde a Salve! Viva!
SEREIA DO MAR – Janaína, princesa d´água. Pode representar também como Iemanjá dentro de um contexto.
SINCRETISMO – Fenômeno de identificação dos orixás com os Santos Ca